terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Texto 1 – GINÁSTICA DE ACADEMIA


Até o início da década de 70, a academia era frequentada quase que exclusivamente por homens e a atividade oferecida era quase sempre a musculação. Esse nome surgiu até para quebrar o preconceito que existia contra o halterofilismo e para atrair as mulheres para essa atividade. Em 1971, a professora Jack Sorensen deu novo sentido ao conceito da ginástica, ao criar a aeróbica, composta de exercícios simples, realizados de forma contínua, ao som de músicas. Nos anos 80, a atriz Jane Fonda lançou o seu primeiro vídeo da série “Workout”. Além de ser um marco histórico, esse trabalho revolucionou o conceito de ginástica de academia, contribuindo para a sua popularização.
Concomitantemente, crescia a febre das corridas ao ar livre, incentivadas por Cooper. Tempos depois, com o desenvolvimento de esteiras elétricas com inúmeros recursos, essa atividade foi inserida dentro das academias. Aqui no Brasil, Lígia Azevedo, no Rio de Janeiro, implantou sua academia, acrescentando os saltitos ao método de Jane Fonda. Não demorou muito e as contusões ligamentares e os microtraumatismos, causados pelo excesso de saltitos e giros, começaram a aparecer. Para amenizar esse problema, surgiu a aeróbica de baixo impacto. Em seguinda, veio a lambaeróbica, o aerodum e o street-dance. No início dos anos 90, surgiu o steep training.
De tempos em tempos, as academias de ginástica reformulam as aulas já existentes, ou criam novas modalidades. Essa é uma forma de evitar que a clientela se canse, perca a motivação e vá embora. A revista VEJA, de 8 de outubro de 2003, apresentou uma reportagem intitulada “O fast food da malhação”, ressaltando que o que prevalece atualmente nas academias de todo o mundo são os mesmos programas de ginástica feitos por empresários milionários. Um exemplo é o neozelandês Phillip Mills, que a cada três meses troca as músicas e a coreografia de seus programas de ginástica. Ele é dono da empresa responsável pela série cujo nome começa com body (corpo, em inglês) – body pump, body step, body compat e assim por diante. Esse método é utilizado em 8.000 academias em cinquenta países, sendo o Brasil um de seus melhores fregueses. Estima-se que 400.000 brasileiros pratiquem algum tipo de body em 1.700 academias credenciadas.
Já o número 1 em faturamento é o sul-africano Johnny G., de 47 anos, o criador do “spinning”, com estimados 100 milhões de dólares anuais. Seu método consiste em pedalar bicicleta especial, que simula subidas, descidas e curvas. As novidades não param por aí. Um dos métodos mais populares nos Estados Unidos é o Tae-Bo, criado pelo americano Billy Blanks, campeão mundial de cartas. Ele misturou os movimentos de perna do tae-kwon-do com os de braço de boxe.
As técnicas circenses, como a acrobacia, o malabarismo e o trapézio, também já são oferecidas pelas academias. São atividades que exigem força e bom condicionamento físico.
Essas são apenas algumas atividades que podem ser encontradas em academias, mas às quais a maioria das pessoas não terão acesso, não só pelos altos preços cobrados, mas também por serem encontradas próximo aos grandes centros. Mesmo assim, sofrem influência dessa cultura que valoriza a estética da magreza, da juventude e da saúde. Dependendo do meio onde vivem e do nível social, muitos jovens, mais cedo ou mais tarde, serão pressionados a buscar um local ou a realizar sozinhos algum tipo de exercício físico.
Não podemos esquecer que a academia não é o único lugar de se fazer ginástica e que ela vai além da musculação ou do exercício localizado. Entende-se que existem benefícios dos exercícios de pedalar, de andar a pé, de pular corda, de subir escadas, de jogar bola ou de correr. Em todas essas atividades, o sujeito estará se exercitando e, o melhor, sem gastar nenhum dinheiro.



ATIVIDADE FÍSICA – DENTRO E FORA DA ACADEMIA

O quadro abaixo faz uma comparação entre atividades possíveis de ser realizadas ao ar livre e aquelas próprias da academia.


Ao ar livre”
“Na academia”
Subir escadas
Andar de bicicleta
Andar ou correr
Step hidráulico
Bicicleta ergométrica
Esteira
Calorias queimadas por hora
660. Se subir correndo, o gasto aumenta para 980 calorias
Em terreno asfaltado e plano, de 200 a 300 calorias, mas o gasto aumenta em rampas e estradas de terra.
Numa velocidade de 5 a 6 km/h, 300 a 350. Na corrida, varia de 500 (7km/h) a 1.300 (17 km)
Numa freqüência de 40 a 50 steps/minuto, perdem-se de 200 a 300
Com uma carga mínima e 50 pedaladas /minuto, 100. Com peso máximo no mesmo ritmo, 1.000
Andando, de 300 a 350. Correndo, varia de 400 (7km/h) a 1200 (17 km/h)
Músculos trabalhados
Praticamente todos, mas principalmente coxas e glúteos
Coxas e glúteos
Todos, mas o esforço se concentra nas pernas e nos glúteos
Glúteos e, em menor quantidade, coxas
Coxas e glúteos
Todos os do corpo e principalmente pernas e glúteos
Impacto
Alto. Chega a ser perigoso quando se sobe correndo ou forçando os pés
Quase nenhum. Há apenas um pequeno impacto em subidas e descidas
É baixo na caminhada (o peso se distribui entre as duas pernas) e alto na corrida (ele se concentra nas articulações do tornozelo, na troca das passadas)
Baixo. Além da máquina ter amortecimento hidráulico, os pés estão sempre em contato com as pranchas de apoio
Nenhum
Pouco, quando usada para andar, mas forte durante as corridas. Forçam-se, principalmente, o tornozelo e o joelho
Riscos
O maior perigo de lesão é no joelho, mas as costas e os tornozelos também sofrem com o impacto. Há ainda riscos de entorses ou distensões musculares
Praticamente não há, fora as possíveis quedas. O exagero pode causar tendinite
Andar quase não oferece risco, mas a corrida, por forçar um alongamento maior da musculatura, pode causar lesões, principalmente em joelhos, tornozelos, pés, costas e tendões
Quase não existem. Por ser hidráulico, o stepper atenua os riscos de lesões até mesmo no joelho, a região mais forçada
Mínimo. Há apenas um risco reduzido para os joelhos
Andando, nenhum. Correndo, há os mesmo riscos que ao ar livre, porém com menor intensidade. Se você se desconcentrar, pode pisar fora da esteira e cair
Dicas
Não pise na ponta dos pés e apoie-se no corrimão para evitar quedas. Se tiver problemas no joelho, evite este exercício.
Não use baixo. Quando o pé atingir a parte mais baixa da rotação do pedal, a perna deve estar quase totalmente estendida. Use sempre capacete.
Para diminuir o impacto na corrida, use tênis com sola grossa e absorvente. Evite o asfalto; prefira pistas de corrida ou de terra
Coloque o pé todo na plataforma. Use o apoio para braços, mas não segure com força: transfira o peso do corpo para os pés
Use o banco na altura correta, como ao ar livre. Quando terminar o exercício, reduza lentamente o ritmo das pedaladas para normalizar a pulsação
Inicie com pouca velocidade e acelere aos poucos; antes de parar , diminua o ritmo do exercício lentamente
Desvantagens
Subir dez andares vai deixá-lo ofegante e suado. Além disso, é cansativo e de alto impacto.
Problemas com pneu furado ou acidentes. Por causa do preço alto, as bicicletas andam muito visadas por assaltantes
Na cidade, há a poluição e os faróis que interrompem o trajeto. Não pode ser praticado em dias chuvosos
Cansativo e monótono. Possibilita somente um movimento
Monótona, não desenvolve nenhuma habilidade. Serve apenas para exercitar as pernas e perder calorias
Sensação de não chegar a lugar nenhum. A máquina tira a naturalidade do movimento
Vantagens
Pode ser feita a qualquer hora e influi rapidamente no aumento da força muscular.
Pode ser feito em clima de passeio. Movimenta vários grupos musculares e desenvolve a agilidade, o equilíbrio e a concentração.
Dá para ser praticado em qualquer lugar ou hora. Não custa nada e é relaxante
Não exige habilidade nem bom tempo. Pode ser executado vendo televisão
Ideal para obesos, pois não exige deslocamen-to. O equipa- mento não é muito caro e pode ser usado na própria casa
É segura e confortável e você pode até ler enquanto se exercita



Fonte: CRV - MG 

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