Até o início da
década de 70, a academia era frequentada quase que exclusivamente por homens e
a atividade oferecida era quase sempre a musculação. Esse nome surgiu até para
quebrar o preconceito que existia contra o halterofilismo e para atrair as
mulheres para essa atividade. Em 1971, a professora Jack Sorensen deu novo
sentido ao conceito da ginástica, ao criar a aeróbica, composta de exercícios
simples, realizados de forma contínua, ao som de músicas. Nos anos 80, a atriz
Jane Fonda lançou o seu primeiro vídeo da série “Workout”. Além de ser um marco
histórico, esse trabalho revolucionou o conceito de ginástica de academia,
contribuindo para a sua popularização.
Concomitantemente,
crescia a febre das corridas ao ar livre, incentivadas por Cooper. Tempos
depois, com o desenvolvimento de esteiras elétricas com inúmeros recursos, essa
atividade foi inserida dentro das academias. Aqui no Brasil, Lígia Azevedo, no
Rio de Janeiro, implantou sua academia, acrescentando os saltitos ao método de
Jane Fonda. Não demorou muito e as contusões ligamentares e os microtraumatismos,
causados pelo excesso de saltitos e giros, começaram a aparecer. Para amenizar
esse problema, surgiu a aeróbica de baixo impacto. Em seguinda, veio a
lambaeróbica, o aerodum e o street-dance. No início dos anos 90, surgiu o steep
training.
De tempos em
tempos, as academias de ginástica reformulam as aulas já existentes, ou criam
novas modalidades. Essa é uma forma de evitar que a clientela se canse, perca a
motivação e vá embora. A revista VEJA, de 8 de outubro de 2003, apresentou uma
reportagem intitulada “O fast food da malhação”, ressaltando que o que
prevalece atualmente nas academias de todo o mundo são os mesmos programas de
ginástica feitos por empresários milionários. Um exemplo é o neozelandês
Phillip Mills, que a cada três meses troca as músicas e a coreografia de seus
programas de ginástica. Ele é dono da empresa responsável pela série cujo nome
começa com body (corpo, em inglês) – body pump, body step, body compat e assim
por diante. Esse método é utilizado em 8.000 academias em cinquenta países,
sendo o Brasil um de seus melhores fregueses. Estima-se que 400.000 brasileiros
pratiquem algum tipo de body em 1.700 academias credenciadas.
Já o número 1 em faturamento é o
sul-africano Johnny G., de 47 anos, o criador do “spinning”, com estimados 100
milhões de dólares anuais. Seu método consiste em pedalar bicicleta especial,
que simula subidas, descidas e curvas. As novidades não param por aí. Um dos
métodos mais populares nos Estados Unidos é o Tae-Bo, criado pelo americano
Billy Blanks, campeão mundial de cartas. Ele misturou os movimentos de perna do
tae-kwon-do com os de braço de boxe.
As técnicas
circenses, como a acrobacia, o malabarismo e o trapézio, também já são
oferecidas pelas academias. São atividades que exigem força e bom condicionamento
físico.
Essas são apenas
algumas atividades que podem ser encontradas em academias, mas às quais a
maioria das pessoas não terão acesso, não só pelos altos preços cobrados, mas
também por serem encontradas próximo aos grandes centros. Mesmo assim, sofrem
influência dessa cultura que valoriza a estética da magreza, da juventude e da
saúde. Dependendo do meio onde vivem e do nível social, muitos jovens, mais
cedo ou mais tarde, serão pressionados a buscar um local ou a realizar sozinhos
algum tipo de exercício físico.
Não podemos
esquecer que a academia não é o único lugar de se fazer ginástica e que ela vai
além da musculação ou do exercício localizado. Entende-se que existem
benefícios dos exercícios de pedalar, de andar a pé, de pular corda, de subir
escadas, de jogar bola ou de correr. Em todas essas atividades, o sujeito
estará se exercitando e, o melhor, sem gastar nenhum dinheiro.
ATIVIDADE FÍSICA – DENTRO E FORA DA ACADEMIA
O quadro abaixo faz uma
comparação entre atividades possíveis de ser realizadas ao ar livre e aquelas
próprias da academia.
Ao ar livre”
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“Na academia”
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Subir escadas
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Andar de bicicleta
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Andar ou correr
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Step hidráulico
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Bicicleta ergométrica
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Esteira
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Calorias queimadas por hora
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660. Se subir correndo, o gasto aumenta para 980 calorias
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Em terreno asfaltado e plano, de 200 a 300 calorias, mas o gasto
aumenta em rampas e estradas de terra.
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Numa velocidade de 5 a 6 km/h, 300 a 350. Na corrida, varia de 500
(7km/h) a 1.300 (17 km)
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Numa freqüência de 40 a 50 steps/minuto, perdem-se de 200 a 300
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Com uma carga mínima e 50 pedaladas /minuto, 100. Com peso máximo no
mesmo ritmo, 1.000
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Andando, de 300 a 350. Correndo, varia de 400 (7km/h) a 1200 (17 km/h)
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Músculos trabalhados
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Praticamente todos, mas principalmente coxas e glúteos
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Coxas e glúteos
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Todos, mas o esforço se concentra nas pernas e nos glúteos
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Glúteos e, em menor quantidade, coxas
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Coxas e glúteos
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Todos os do corpo e principalmente pernas e glúteos
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Impacto
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Alto. Chega a ser perigoso quando se sobe correndo ou forçando os pés
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Quase nenhum. Há apenas um pequeno impacto em subidas e descidas
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É baixo na caminhada (o peso se distribui entre as duas pernas) e alto
na corrida (ele se concentra nas articulações do tornozelo, na troca das
passadas)
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Baixo. Além da máquina ter amortecimento hidráulico, os pés estão
sempre em contato com as pranchas de apoio
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Nenhum
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Pouco, quando usada para andar, mas forte durante as corridas.
Forçam-se, principalmente, o tornozelo e o joelho
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Riscos
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O maior perigo de lesão é no joelho, mas as costas e os tornozelos
também sofrem com o impacto. Há ainda riscos de entorses ou distensões musculares
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Praticamente não há, fora as possíveis quedas. O exagero pode causar
tendinite
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Andar quase não oferece risco, mas a corrida, por forçar um
alongamento maior da musculatura, pode causar lesões, principalmente em
joelhos, tornozelos, pés, costas e tendões
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Quase não existem. Por ser hidráulico, o stepper atenua os riscos de
lesões até mesmo no joelho, a região mais forçada
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Mínimo. Há apenas um risco reduzido para os joelhos
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Andando, nenhum. Correndo, há os mesmo riscos que ao ar livre, porém
com menor intensidade. Se você se desconcentrar, pode pisar fora da esteira e
cair
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Dicas
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Não pise na ponta dos pés e apoie-se no corrimão para evitar quedas.
Se tiver problemas no joelho, evite este exercício.
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Não use baixo. Quando o pé atingir a parte mais baixa da rotação do
pedal, a perna deve estar quase totalmente estendida. Use sempre capacete.
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Para diminuir o impacto na corrida, use tênis com sola grossa e
absorvente. Evite o asfalto; prefira pistas de corrida ou de terra
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Coloque o pé todo na plataforma. Use o apoio para braços, mas não
segure com força: transfira o peso do corpo para os pés
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Use o banco na altura correta, como ao ar livre. Quando terminar o
exercício, reduza lentamente o ritmo das pedaladas para normalizar a pulsação
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Inicie com pouca velocidade e acelere aos poucos; antes de parar ,
diminua o ritmo do exercício lentamente
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Desvantagens
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Subir dez andares vai deixá-lo ofegante e suado. Além disso, é
cansativo e de alto impacto.
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Problemas com pneu furado ou acidentes. Por causa do preço alto, as
bicicletas andam muito visadas por assaltantes
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Na cidade, há a poluição e os faróis que interrompem o trajeto. Não
pode ser praticado em dias chuvosos
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Cansativo e monótono. Possibilita somente um movimento
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Monótona, não desenvolve nenhuma habilidade. Serve apenas para
exercitar as pernas e perder calorias
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Sensação de não chegar a lugar nenhum. A máquina tira a naturalidade
do movimento
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Vantagens
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Pode ser feita a qualquer hora e influi rapidamente no aumento da
força muscular.
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Pode ser feito em clima de passeio. Movimenta vários grupos musculares
e desenvolve a agilidade, o equilíbrio e a concentração.
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Dá para ser praticado em qualquer lugar ou hora. Não custa nada e é
relaxante
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Não exige habilidade nem bom tempo. Pode ser executado vendo televisão
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Ideal para obesos, pois não exige deslocamen-to. O equipa- mento não é
muito caro e pode ser usado na própria casa
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É segura e confortável e você pode até ler enquanto se exercita
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Fonte: CRV - MG
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